quinta-feira, 4 de setembro de 2008

o que é tantra?


este texto foi retirado do site: http://www.centrometamorfose.com.br/, e escrito pelo meu amigo Deva nishok......

O que é Tantra?
Tantra (ou Tantrismo) é o amplo termo pelo qual antigos estudantes de espiritualidade na Índia designavam um tipo particular de ensinamentos e práticas que tiveram base em uma antiga sociedade. Com o passar do tempo estes propagaram-se, misturando-se em diversas outras culturas e correntes filosóficas e religiosas como no Hinduísmo, Yoga, Budismo, Taoísmo, Vedanta e outras. Esses ensinamentos não podem ser resumidos, porque o Tantra hoje abrange uma variedade e uma diversidade muito ampla de crenças e práticas, quase sempre antagônicas entre si e cheias de contradição.
No Ocidente, o Tantra propagou-se e popularizou-se entre adeptos do misticismo, esoterismo e magia ritual, em escolas iniciáticas ligadas a nomes como Aleister Crowley ou Samael Aun Weor, sociedades outrora secretas, hoje denominadas Golden Dawn, Sociedade Gnóstica (Gnosis) e outras. A maioria desses ensinamentos deturparam completamente a Visão Original do Tantra em sua compreensão mais profunda e original.
No Ocidente, por volta dos anos 60, surgiu a criação de um movimento que continua atual, denominado Neotantra, ligado à Nova Era e tido como uma popularização dos ensinamentos Tântricos, adaptados a novos movimentos terapêuticos de vanguarda como a Bioenergética e a Primal.
Muitos trabalhos com o Tantra não trazem uma compreensão clara da extraordinária herança daquilo que pretendem representar e incorrem no perigoso jogo da distorção e da vulgarização do sexo banal e do pretextado jogo da sedução e dos relacionamentos, como se o Tantra tivesse esse objetivo. Mesmo na Índia e no Tibet, o Tantra teve seu quinhão de fracasso moral. De drogadictos a alcoólatras, de pervertidos a maníacos, muitos abriram seus clubes de encontro e sedução sob a indefinida denominação de "Tantra". O Tantra tornou-se, então, uma evasão fácil, reduto para inúmeros degenerados morais e sexuais. Mesmo em seu país natal, os ensinamentos Tântricos caíram em descrédito, precisamente por causa do uso indiscriminado de muitos de seus fundamentos atrelados ao sexo livre e à sexualidade.
O movimento Neotantra também fugiu do contato com o sistema existencialista proposto pelo Tantra, que é um caminho de acesso ao potencial energético criativo e libertador existente na raça humana, ainda germinativo, com uma potencialidade prestes a desabrochar nas condições propícias.
No Tantra, as práticas proporcionadas conduzem àquilo que se pode chamar de "Sexualidade Oceânica", onde o modelo básico para a interação com outros organismos não se processa através de uma única descarga liberadora e a conseqüente distensão após um período de tensão e esforço, mas sim para um fluxo brincalhão, relaxado e solto, mutuamente alimentador, com base no êxtase, num intercâmbio de energias que lembra danças e jogos (Leela), denominado de Unyo Mystica. O resultado permite experimentar a expansão dos próprios limites, a dissolução dos condicionamentos negativos, castradores e repressores, para se experimentar um sentimento de fusão com o parceiro e com o todo, em um estado de feliz unidade.
A união dos genitais e conseqüente descarga orgásmica, embora poderosamente experienciadas, são consideradas secundárias em função da meta final, que é alcançar o estado transcendental da união dos princípios masculino e feminino em sua propagação ao infinito (Unyo Mística).
As pessoas que alcançam essa forma de sexualidade experimentam a ausência de ruído biológico dentro de um complexo sistema espiritual, espontâneo e natural. Sob este aspecto, alguns componentes são fundamentais para alcançar a compreensão do significado original e verdadeiro do Tantra, sem o qual, seu sistema existencial e sua co-relação com o Sagrado fica capenga.
O Tantra Original não está contido em livros ou textos como constantemente é propalado entre os adeptos do Yoga ou do Budismo. Sua fonte é a própria fonte geradora da vida e é necessário alcançá-la através das meditações e dinâmicas propostas. Trata-se de uma conexão com aspectos transcendentais da vida e do viver, acessíveis e disponíveis a qualquer ser humano, pois não há privilégios. Não é necessário práticas austeras ou o isolamento, nenhuma necessidade de rituais ou paramentos litúrgicos. O Tantra é simples, exige simplicidade. O sistema existencialista humanista presente no Tantra - O Caminho do Coração necessita de confiança, entrega, relaxamento profundo, amor e compaixão, para que o estado de percepção e consciência ampliada conduza à experiência da supraconsciência.
Deva Nishok

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